06 de junho Dia Nacional do Teste do Pezinho
O Teste do Pezinho pode ser realizado com apenas uma gota de sangue retirada do pé do recém-nascido, normalmente entre o 3º e o 5º dia de vida, é possível detectar doenças graves que podem interferir no desenvolvimento do bebê. Quanto mais cedo as doenças forem identificadas e tratadas, maior a possibilidade de evitar sequelas nas crianças.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o teste do pezinho, que pode ser realizado nas maternidades ou nos centros de saúde.
O teste pode diagnosticar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, garantindo o tratamento precoce e impedir possíveis complicações como atrasos neuropsicomotores e mentais.
Programa Nacional de Triagem Neonatal
Desde 1992, o Teste do Pezinho se tornou obrigatório em todo o território nacional e hoje está previsto no Programa Nacional de Triagem Neonatal, adotado pelo Ministério da Saúde desde 2011. Pelo programa, o SUS disponibiliza acesso universal e integral às triagens, conhecidas como Teste do Pezinho, da Orelhinha, do Olhinho, da Linguinha e do Coraçãozinho.
6 doenças que podem ser detectadas com o teste do pezinho básico:
1. Fenilcetonúria
A fenilcetonúria é uma doença genética de caráter recessivo na qual o sistema digestório não consegue digerir o aminoácido fenilalanina, uma proteína presente em alimentos como ovos e carne, que, quando não digerida pode se tornar venenosa para o organismo, provocando comprometimento neurológico no desenvolvimento da criança.
Como é feito o tratamento: consiste em uma dieta com baixo teor de proteína, mantendo-se o monitoramento para permitir o crescimento e desenvolvimento normais do indivíduo.
2. Hipotireoidismo congênito
O hipotireoidismo congênito é uma doença na qual a tireoide do recém-nascido não consegue produzir quantidades normais de hormônios, o que pode prejudicar o crescimento, assim como provocar retardo mental.
Como é feito o tratamento: terapias hormonais para ajudar a completar os níveis de hormônios tireóideos em falta, garantindo assim o crescimento e desenvolvimento saudáveis do recém-nascido.
3. Anemia falciforme
A anemia falciforme é a doença genética mais comum no Brasil. É uma doença hereditária e que causa alteração na forma das células vermelhas do sangue, reduzindo a capacidade para transportar oxigênio para as várias partes do corpo, podendo provocar atrasos no crescimento e desenvolvimento de alguns órgãos.
Como é feito o tratamento: dependendo da gravidade da doença, o bebê pode precisar fazer transfusões de sangue. Mas ainda não há tratamento específico, é uma doença para a qual ainda não se conhece a cura. Os portadores da anemia falciforme precisam de acompanhamento médico constante para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação e prevenir infecções.
4. Hiperplasia adrenal congênita
A hiperplasia adrenal congênita é uma doença que faz com que a criança tenha um desequilíbrio hormonal, alguns hormônios em excesso e a deficiência de outros, que pode provocar crescimento excessivo, puberdade precoce ou outros problemas físicos.
Como é feito o tratamento: o recém-nascido deve fazer reposição hormonal para compensar a falta de hormônios e estabilizar a quantidade de hormônios em excesso.
5. Fibrose cística
A fibrose cística é um problema genético que compromete o funcionamento das glândulas exócrinas e leva à produção de uma grande quantidade de muco, comprometendo o sistema respiratório e afetando também o pâncreas.
Como é feito o tratamento: deve ser feito com remédios anti-inflamatórios, cuidados na dieta, fisioterapia respiratória para aliviar os sintomas da doença e reposição das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K.
6. Deficiência de biotinidase
A deficiência de biotinidase consiste num erro inato do metabolismo que provoca a incapacidade de o organismo reciclar a biotina, que é uma vitamina existente nos alimentos muito importante para garantir a saúde do sistema nervoso. Dessa forma, bebês com este problema podem apresentar convulsões, falta de coordenação motora e atraso no desenvolvimento.
Como é feito o tratamento: através da ingestão da vitamina H (biotina), compensando a incapacidade do organismo para utilizar essa vitamina.