Entenda o que é Intolerância à lactose

A lactose é um açúcar encontrado na maioria dos leites e seus derivados, a intolerância à lactose é à incapacidade parcial ou completa de digerir esse açúcar. Isso ocorre quando o organismo não produz, ou produz em pouca quantidade, uma enzima digestiva chamada lactase, que é responsável por quebrar e decompor a lactose.

Esse problema é mais comum do que podemos imaginar, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, 35% da população com idade acima de 16 anos, ou seja, cerca de 53 milhões de pessoas, tem algum tipo de desconforto digestivo após a ingestão de alimentos de base láctea. Estima-se que entre 60% a 70% da população mundial apresenta algum nível de dificuldade de digestão dessa enzima.

 

Intolerância x Alergia

Existe diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose. A alergia é uma reação imunológica que está relacionada à proteína do leite de vaca. Normalmente quem é alérgico só descobre após os 6 meses de idade, quando começa a consumir outros leites além do materno.

Segundo especialistas, as crianças que substituem o leite de vaca pelo de soja podem apresentar baixa densidade óssea, pois à absorção do cálcio do leite de soja é menor se comparada ao do leite de vaca. Por isso a importância do acompanhamento médico para o paciente ter uma suplementação correta.

 Os sintomas da alergia normalmente se assemelham a outras reações alérgicas, como coceira, vermelhidão na pele e/ou sibilos (chiados no peido). Às vezes, pode ter sintomas no trato digestivo, como dor abdominal, vômito, e raramente, diarreia.

Já a intolerância à lactose é um distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase. Os sintomas podem variar de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados que são consumidos.

 

3 tipos de intolerância à lactose

Intolerância congênita – Muito rara, ocorre por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase, impedindo o aleitamento materno exclusivo e manifesta-se logo após o nascimento.

Intolerância secundária – a produção de lactase é afetada por doenças  intestinais, como diarreias, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesses casos, ocorre deficiência temporária de lactase e pode desaparecer com o controle da doença de base. Também pode ocorrer em bebês prematuros, ainda incapazes de produzir lactase em quantidade suficiente.

Intolerância primária – diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida (forma mais comum);

 

Sintomas

Os sintomas se concentram no sistema digestório e normalmente melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos. Os sintomas costumam aparecer minutos ou horas depois da ingestão de leite ou de seus derivados de alimentos que contêm leite em sua composição. Os mais característicos são distensão abdominal, cólicas, diarreia, flatulência (excesso de gases) e náuseas. Crianças pequenas e bebês costumam apresentar perda peso e problemas no crescimento.

 

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por um médico e pode contar com três exames específicos: teste de intolerância à lactose, onde o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio. Esse exame é oferecido gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

No teste de hidrogênio na respiração, o paciente consome uma quantidade pequena e calculada de lactose e posteriormente medem a quantidade de gás hidrogênio na respiração antes e depois do consumo da lactose em intervalos de uma hora. O hidrogênio é medido porque as bactérias intestinais produzem hidrogênio ao digerir a lactose não absorvida.

 

Tratamento

A intolerância à lactose pode ser controlada com dieta, evitando o consumo de alimentos que contenham lactose. Inicialmente é proposto suspender a ingestão de leite e derivados para alívio dos sintomas. Depois, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos, com iogurte, por exemplo, pois contém lactase naturalmente, produzida por lactobacilos ou queijo que contém quantidades menores de lactose que o leite, até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas. Essa conduta terapêutica tem como objetivo manter a oferta de cálcio na alimentação. Suplementos com lactase e leites com baixo teor de lactose também são indicados, quando a quantidade de leite ingerido for insuficiente.

 

Recomendações

  • O leite não deve ser totalmente abolido da dieta;
  • É importante ler os rótulos dos alimentos para saber qual é a sua composição;
  • Leite de soja, de arroz, de aveia não contém lactose;
  • Existem outras fontes de cálcio como verduras de folhas verdes, brócolis, couves, agrião, couve-flor, espinafre, assim como feijão, ervilhas, tofu, salmão, sardinha, mariscos, amêndoas, nozes, gergelim e ovos;
  • Comer moderadamente de tudo um pouco é a melhor forma de ingerir os nutrientes necessários para a saúde e bem-estar.



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