No último dia 8 de abril, foi celebrado o Dia Mundial do Combate ao Câncer. Em referência a esta importante data, o blog traz hoje um artigo sobre o que são linfomas – cânceres que afetam células do sistema imunológico. Esses tumores se originam nos gânglios linfáticos (linfonodos), organismos que atuam no combate a infecções.

 

Uma distinção importante sobre os linfomas é a divisão entre dois tipos: linfoma de Hodgkin (ou doença de Hodgkin) e linfoma não-Hodgkin. Cabe pontuar, no entanto, que existem dezenas de tipos de linfomas que se enquadram nas duas categorias. Ambas as doenças possuem características clínicas similares, mas há algumas diferenças fundamentais. Em comum, o linfoma de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin têm a boa resposta a dois tratamentos convencionais a cânceres: quimioterapia e radioterapia.

 

(O câncer é uma das doenças de mais difícil cura na atualidade. Existem maneiras de reduzir as chances de desenvolver linfomas e outros tumores. Uma das mais simples e eficazes é manter uma alimentação nutritiva e balanceada. Conheça os vegetais que ajudam no combate ao câncer e outras doenças – 10 vegetais indispensáveis para uma dieta saudável.

 

Taxa média de cura e incidência de linfomas

Uma diferença relevante entre os dois tipos de linfoma é o percentual médio de cura dessas doenças. O índice de cura do linfoma de Hodgkin está na casa dos 75% em pacientes com o tratamento inicial e em casos de recidiva. Já os linfomas não-Hodgkin têm três vezes menos chances de cura: 25% dos casos.

Em relação à incidência de linfomas, a diferença é ainda mais significativa. Os linfomas não-Hodgkin ocorrem cinco vezes mais do que a doença de Hodgkin.

 

Quem são as pessoas mais afetadas por linfomas

Em sua maioria, os linfomas acometem adultos jovens, em plena idade produtiva. Isso cria um sério problema social para as pessoas que desenvolvem a doença, pois, muitas vezes, têm de se afastar do trabalho. Dessa forma, linfomas que impactam adultos jovens comprometem sua vida mesmo quando a doença é curada anos mais tarde.

A seguir, vamos apresentar as características que diferenciam a doença de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin.

 

Linfoma de Hodgkin: incidência e causas

O linfoma de Hodgkin se desenvolve prioritariamente em dois grupos de idade. O primeiro pico de incidência desses linfomas é a partir dos 30 anos e o segundo a partir dos 50. Outro dado importante sobre a doença é a recorrência maior em países industrializados do que em países subdesenvolvidos.

Um dos fatores associados ao aparecimento da doença de Hodgkin é a infecção pelo vírus Epstein-Barr – causador da mononucleose. Vale destacar que a mononucleose é bastante comum e transmitida pela saliva. Não por acaso é conhecida também como “doença do beijo”. Em relação a outras causas desta doença, é importante pontuar que elas ainda não estão totalmente claras para a ciência.

 

Linfoma de Hodgkin: diagnóstico

O inchaço nos gânglios linfáticos é o diagnóstico mais preciso do surgimento da doença de Hodgkin. Esses gânglios têm o tamanho de grãos de feijão e estão presentes em algumas partes do corpo, tais como pescoço, colo, axilas e virilhas.

Se uma pessoa sentir um inchaço nos gânglios, é prudente verificar outros sintomas como perda de peso e febre. A razão não necessariamente será o desenvolvimento do linfoma de Hodgkin. O aumento no tamanho dos gânglios pode ser decorrente de infecções virais ou bacterianas. O diagnóstico mais preciso da doença costuma ser feito por meio de exames específicos como uma biópsia dos gânglios linfáticos.

 

Linfoma de Hodgkin: tratamento

O tratamento mais adequado do linfoma de Hodgkin é a poliquimioterapia (quimioterapia com diversos medicamentos). A radioterapia pode colaborar na cura, mas nem sempre é necessário recorrer a ela.

Um ponto a se destacar é que esse tipo de linfoma é curável quando tratado adequadamente. Mas sempre vale ponderar que o estágio em que a doença é identificada faz grande diferença nas chances de cura. Dependendo da fase, o médico pode estimar o prognóstico do paciente com o tratamento.

Quando a doença é curada e reaparece posteriormente, a poliquimioterapia pode ser opção e, em alguns casos, até um transplante de medula óssea.

 

Linfoma não-Hodgkin: incidência e causas

As diferenças entre os dois principais tipos de linfomas começam pela incidência. O linfoma não-Hodgkin é mais comum em homens de cor branca. Outra característica desse tipo de tumor é acometer com maior frequência o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal).

Existem quatro causas possíveis para o desenvolvimento de linfomas não-Hodgkin, veja quais são:

  • Deficiência imune: está relacionada a tumores agressivos como os linfomas não-Hodgkin. Essa queda na imunidade também tem relação com o vírus da mononucleose, ponto em comum entre os dois tipos de linfomas.
  • Desordens autoimunes: a tireoide de Hashimoto e a síndrome de Sjögren estão associadas ao aparecimento dos linfomas.
  • Agentes infecciosos: certos tipos de vírus e bactérias comprometem o funcionamento do organismo e podem contribuir para que um linfoma não-Hodgkin se desenvolva.
  • Agentes químicos e físicos: inseticidas e agentes químicos presentes em graxas, óleos e tintas elevam o risco de incidência da doença.

 

Linfoma não-Hodgkin: diagnóstico

Os avanços da medicina têm contribuído de forma decisiva na detecção de tumores desse tipo. Mas os primeiros sinais devem ser notados pela própria pessoa. As orientações descritas anteriormente a respeito do inchaço dos gânglios valem também para os linfomas não-Hodgkin. Além desse sintoma, existem outros indicativos que variam de acordo com o órgão ou região do corpo afetado pelo linfoma.

 

  • Linfomas do estômago: dor de estômago, náuseas e perda de apetite.
  • Linfomas no tórax: tosse, dificuldade respiratória, sensação de dor ou pressão no tórax.
  • Linfomas no cérebro: fraqueza, alterações de personalidade, dores de cabeça e perda de concentração.
  • Linfomas na pele: caroços vermelhos ou roxos sob a pele que provocam coceira.

(Leia também: 15 mitos e verdades sobre as doenças de pele)

 

Linfoma não-Hodgkin: tratamento

Grande parte dos linfomas não-Hodgkin é tratada por meio de uma associação de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. A primeira combina diferentes medicamentos para combater o tumor. Já a radioterapia pode reduzir a carga do linfoma em locais específicos e aliviar sintomas para minimizar as chances de recaída.

A imunoterapia, por sua vez, é considerada um dos grandes avanços no combate ao câncer nos últimos anos. Trata-se de um grupo de drogas que não são utilizadas para atacar diretamente o tumor, mas para ajudar as defesas do organismo a enfrentá-lo.

Linfomas não-Hodgkin com maior propensão a invadir o Sistema Nervoso Central (SNC) são tratados com terapia preventiva. Ela consiste na aplicação de injeções diretamente no líquido cérebro-espinhal. A radioterapia também pode funcionar nesses casos com foco específico no cérebro e na medula espinhal. Em pacientes que já tiveram o SNC afetado, esse tratamento também pode ser empregado.

(Um dos tipos de câncer que mais acometem as mulheres é o de mama. Entenda as características desses tumores e como detectá-los precocemente neste artigo)

 

Tipos de câncer que afetam crianças

Há muitos anos, os linfomas e outros tipos de câncer preocupam as pessoas devido à grande dificuldade em tratar doenças celulares como essas. O impacto pode ser ainda mais severo quando o câncer é desenvolvido durante a infância. Quando diagnosticada a tempo, a doença pode ser curada mesmo em crianças. Neste artigo, você vai entender melhor as características do câncer infanto-juvenil.

 

Fontes: Sociedade Brasileira de Cancerologia, Instituto Nacional de Câncer e American Cancer Society.